domingo, novembro 11, 2007

11 de Novembro de 1918 - Não Aprendemos Mesmo Nada!

Papoilas vermelhas sobre um jardim de cruzes assinalam o Dia da Memória, que se comemora hoje, no 89ª aniversário do armistício que pôs fim à I Guerra Mundial.

A Primeira Guerra Mundial foi o conflito mundial ocorrido entre Agosto de 1914, a 11 de Novembro de 1918.

A guerra ocorreu entre a Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico, França, Império Russo (até 1917), Portugal, Japão, Itália (a partir de 1915) e Estados Unidos (a partir de 1917) que derrotou a Tríplice Aliança (liderada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro, Bulgária e Império Turco-Otomano).

Em 28 de Junho de 1914, o Arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro, e sua esposa foram assassinados pelo sérvio Gavrilo Princip, que pertencia ao grupo nacionalista-terrorista armado Mão Negra, que lutava pela unificação dos territórios que continham sérvios. O assassinato desencadeou os eventos que rapidamente deram origem à guerra, mas as suas verdadeiras causas são muito mais complexas.


Após invadir o território belga, o exército alemão logo encontrou resistência na fortificada cidade de Liège. Apesar do exército ter continuado a rápida marcha rumo à França, a invasão alemã tinha provocado a decisão britânica de intervir em ajuda da Tríplice Entente.

Inicialmente os alemães tiveram uma grande vitória na Batalha das Fronteiras (14 de Agosto a 24 de Agosto, 1914). A Rússia, porém, atacou a Prússia Oriental, o que obrigou o deslocamento das tropas alemãs que estavam planejadas para ir a Frente Ocidental. A Alemanha derrotou a Rússia numa série de confrontos ocorridos em Tannenberg entre 17 de Agosto a 2 de Setembro, 1914). O deslocamento imprevisto para combater os russos, porém, acabou permitindo uma contra-ofensiva em conjunto das forças francesas e inglesas, que conseguiram travar os alemães no seu caminho para Paris, na Primeira Batalha do Marne (Setembro de 1914), forçando o exército alemão a lutar em duas frentes. O mesmo colocou-se numa posição defensiva dentro de França e conseguiu incapacitar permanentemente 230.000 franceses e britânicos.

Há quem diga que a I Guerra Mundial foi a última guerra feudal, mas inclino-me mais para a primeira guerra moderna, envolvendo inúmeros países, combatendo em diferentes frentes, palcos de guerra, continentes, no céu, na terra e no mar, envolvendo novas armas, cada vez mais mortíferas.

Foi nesta guerra que surgiu a aviação e se assistiu aos primeiros bombardeamentos de povoações civis e indefesas.

Apareceram os carros de combate, as metralhadoras tornaram-se a arma de eleição da infantaria moderna e artilharia tornou-se letal.

Em terra surgiu a guerra de trincheiras e pela primeira vez as armas químicas de destruição maciça fizeram a sua aparição, em 1915 os alemães utilizaram gás tóxico na suja guerra de trincheiras.

No mar, os barcos tornaram-se mais rápidos e a tonelagem destes aumentou.



Muitos dos combates durante a guerra envolveram a guerra das trincheiras, onde milhares de soldados por vezes morriam só para ganhar um metro de terra. Muitas das batalhas mais sangrentas da história ocorreram durante a Primeira Guerra Mundial –Ypres, Vimy Ridge, Marne, Cambrai, Somme, La Lys (onde tombaram milhares de soldados portugueses), Verdun, e Gallipoli. A artilharia foi a responsável pelo maior número de baixas durante a guerra.

A partir de 1917, devido à entrada dos EUA na Guerra, o rumo dos acontecimentos alterou-se, sendo o exército alemão rechaçado e derrotado.

O armistício que põe fim à guerra é assinado a 11 de Novembro de 1918. Às 11h do 11º dia do 11 mês.

A guerra causou o colapso de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa geopolítico da Europa e do Médio Oriente.

Noventa anos depois, quase tudo permanece na mesma, a paz instável no Kosovo, a Rússia expectante e o exército turco na fronteira do Curdistão, a recordar outros genocídios…



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