segunda-feira, novembro 01, 2010

Ultramar, sepultados no esquecimento

Dia 1 de Novembro, dia de finados.

Um dia de romagem aos cemitérios e de recordar os entes queridos que já partiram e desencarnaram…

Um dia triste e quase sempre chuvoso.

No entanto, quantos de nós pensamos nos soldados que tombaram em terras do Ultramar?

Ou nos portugueses que jazem há muito nos cemitérios de Angola e Moçambique?

Recordo-me que havia famílias portuguesas em Moçambique há várias gerações. Muitos ainda lá permanecem, não regressaram a Portugal depois da independência, ficaram sepultados no esquecimento e na indiferença dum país que nega o seu passado.

Porquê?

Temos alguma coisa que nos envergonhar?

E em que estado se encontram os cemitérios de Angola e Moçambique?

E as campas onde jazem portugueses?

Muitos encontram-se pejados de mato e de lixo.

Uma absoluta tristeza… face a tanta indiferença.

1 comentário:

Max disse...

Sempre fiquei intrigado com a guerra no Ultramar: uma guerra recente e, mesmo assim, parecer tão longínqua.

Ninguém fala no assunto.

Remoção psicológica? Talvez.

Verdade: não foi uma boa altura para Portugal e para as colónias também.

Mas perceber o que se passou, quais os erros, poderia ajudar a ultrapassar o que foi, de facto, um trauma, individual e colectivo.

Não é suficiente cobrir tudo com o véu do esquecimento. Além disso é injusto: Portugueses deixaram as próprias vidas nos campos de batalha.

Culpa do regime? Sim, mas para o Ultramar não foi o regime, foram as pessoas como nós.

Entre aquelas pessoas com certeza houve Portugueses que honraram o próprio País, com gestos heróicos ou simplesmente humanos.

E isso independentemente do credo político.

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