segunda-feira, dezembro 26, 2011

Matérias primas à beira da ruptura



“É uma autêntica Bomba-relógio (pronta a explodir). É este o nome sugestivo de um relatório da consultora norte-americana PricewaterhouseCoopers (PwC) que incidiu sobre algumas das maiores indústrias de transformação nas áreas dos produtos químicos, automóvel, energias convencionais e renováveis, aviação, metais, infra-estrutura e alta tecnologia.
O documento pretendia saber qual o impacto que uma escassez de matérias-primas terá, e onde, ao longo dos próximos cinco anos.
Dos vários sectores, os líderes de negócios nas áreas automóvel, de produtos químicos e energia temem que serão os mais atingidos de acordo com o estudo "Falta de minerais e metais na indústria: uma bomba-relógio".
Para Malcolm Preston, director de sustentabilidade global na PwC, "Há muitas indústrias que só agora reconhecem que temos estado a viver acima dos meios do planeta. Novos modelos de negócio vão ser fundamentais para que se consiga responder aos riscos e oportunidades colocados pela escassez de metais e minerais".
Governos e empresas devem estar cientes da escassez
Hans Schoolderman, principal autor do estudo, acrescenta: "O crescimento da população mundial, o aumento dos níveis de riqueza e a mudança nos padrões de vida estão a elevar os níveis de consumo globais, criando uma procura cada vez maior de recursos", diz. "Eu penso que tanto os Governos como as empresas devem estar cientes da abrangência, da importância e da urgência da escassez de matérias-primas renováveis e não-renováveis: energia, água, terra e minerais", conclui.
Entre os minerais e metais na lista de "crítica" estão o berílio, o cobalto, tântalo, o flurospar e o lítio. O berílio é usado na aviação e projectos aeroespaciais, bem como em armamento militar, enquanto o cobalto se usa por exemplo para baterias recarregáveis de automóveis e o tântalo ao nível dos telemóveis, computadores e electrónica automóvel. O flurospar é usado na indústria de construção, no fabrico de vidro e cimento, bem como em estruturas de aço e o lítio é usado generalizadamente em baterias.
Instabilidade e interrupções já em 2016

Segundo o estudo, o risco de escassez em todos os sectores deve aumentar significativamente, levando a instabilidade e a interrupções de fornecimento potencial nos próximos cinco anos, mas isso também vai criar oportunidades para a vantagem competitiva.
O relatório indica que 77% das indústrias consultadas admite que a escassez de metais e minerais é um tema importante para os seus negócios. A indústria automóvel é uma das que já está em nível de alerta - 80% dos inquiridos demonstrou inquietação face à falta de matérias-primas - ao passo que as empresas nos sectores das energias renováveis e bens de consumo já estão a sentir alguma instabilidade no fornecimento de matérias-primas. Os sectores que se seguirão, de acordo com o documento, são os da aviação, tecnologias de ponta e infra-estruturas, que deverão sentir a falta no abastecimento de forma crescente até 2016.
Curiosamente, o estudo norte-americano reconhece que das empresas europeias, em regra, estarão mais bem preparadas com programas e políticas de minimização de riscos a este nível dos que nos EUA.
O estudo da PwC abrangeu 69 executivos de sete sectores diferentes em três continentes, Ásia-Pacífico, Américas (Norte e Sul) e Europa. A maioria das empresas são protagonistas-chave no mundo, com facturação de mais de 10 biliões de dólares.”
Esta noticia veio a lume no semanário Expresso, no passado fim-de-semana. Quantos de vocês a leram?
Fonte: Expresso

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